Em comemoração aos seus 20 anos de atividades, a Orquestra Filarmônica de Violas traz espetáculo com um resumo da história do grupo, reunindo clássicos do cancioneiro caipira e da MPB, além de composições de seus integrantes. No repertório, "Vide Vida Marvada", de Rolando Boldrin, "Fé Cega, Faca Amolada", de Milton Nascimento e Fernando Brant, "Lamento Sertanejo", de Gilberto Gil e Dominguinhos, "Tocando em Frente", de Almir Sater e Renato Teixeira, entre outros arranjos que trazem uma atmosfera de profunda emoção e encantamento ao público.
Desde 2011 sob direção artística de João Paulo Amaral, a Filarmônica de Violas é reconhecida como o mais inovador grupo musical em seu segmento, tendo em 2022 recebido o Prêmio Inezita Barroso da Alesp. Segundo o maestro Nelson Ayres "A Filarmônica já tem atrás de si uma história brilhante, em cada nota ponteada ouve-se aquilo que é a grande marca do grupo: música feita com paixão."
O formato de arranjos orquestrais para violas, que se tornou um diferencial do grupo, foi idealizado pelo renomado violeiro e pesquisador Ivan Vilela, que fundou o grupo em 2001 na cidade de Campinas. Utilizando a estrutura equivalente aos naipes orquestrais, esses arranjos permitem ao grupo tocar de forma semelhante a uma orquestra sinfônica convencional, com suas seções de cordas, madeiras, metais e percussão, no entanto, utilizando apenas subgrupos de violas caipiras. Em síntese, o objetivo é utilizar a combinação minuciosa de diferentes linhas musicais, as quais assumem funções melódicas, harmônicas e rítmicas. O conjunto das linhas, executadas com uma cuidadosa e lapidada interpretação, produz um resultado sonoro rico em detalhes, arrojado e ao mesmo tempo popular, colorido por uma ampla gama de sonoridades, texturas e nuances.
O segundo fator diferencial da Filarmônica é o desenvolvimento musical dos integrantes, processo gradual de amadurecimento técnico e individual dos violeiros e violeiras motivado pelo crescente nível dos arranjos propostos. Ao longo dos anos, parte dos integrantes da formação inicial se profissionalizou na música. Ao mesmo tempo, outros músicos ou estudantes da viola ingressaram posteriormente atraídos pelo perfil artístico da Filarmônica. Essas transformações alimentaram o próprio ciclo natural de motivação e evolução da orquestra.
Ao longo dos seus mais de 20 anos de existência, o grupo gravou três álbuns, recebeu diversos prêmios, indicações, homenagens, participou de festivais e realizou apresentações em espaços como a Sala São Paulo, unidades do Sescs e Sesi, teatros e centros culturais de diversas cidades, além de tocar ou gravar com nomes como Tinoco, Irmãs Galvão, Ana Luiza, Ná Ozetti, Suzana Salles, Paulo Freire, Renato Braz, Tetê Espíndola, Ana Gilli, Lenine Santos, Nailor Proveta, Toninho Ferragutti, Ricardo Herz, Alexandre Ribeiro, Chrystian Dozza e Fabio Presgrave.
A série de concertos de 20 anos vem acontecendo desde agosto de 2022. Alguns dos concertos contaram com participações especiais de artistas como o acordeonista Toninho Ferragutti, a cantora Ana Luiza e o violeiro Ivan Vilela.